O Vale do Pati é considerado um dos destinos de trekking mais bonitos do Brasil. Portanto, se você está planejando sua viagem para este destino ainda pouco conhecido; descubra qual a melhor época para fazer a trilha do Vale do Pati, como chegar, onde se hospedar e como fazer a trilha do Vale do Pati.
Veja nosso relato sobre este passeio inesquecível e as fotos incríveis que fizemos neste destino, perfeito para quem curte tranquilidade e natureza!
Trilha do Vale do Pati: o que você precisa saber antes de ir
Onde fica o Vale do Pati? As trilhas são muito difíceis? Antes de mais nada, saiba que para encarar o Vale do Pati é importante estar em forma, uma vez que as trilhas são longas e cansativas. Mas o belíssimo cenário, a superação dos desafios, a energia única que você vai encontrar e a simpatia acolhedora na casa dos locais, só tornam a experiência ainda mais rica e gratificante. Continue lendo para saber todas as dicas:
Confira aqui nosso passo a passo para planejar sua viagem para a Chapada Diamantina
Onde fica o Vale do Pati
O Vale do Pati fica dentro do Parque Nacional da Chapada Diamantina, na Bahia. Esta área é protegida pelo Instituto Chico Mendes.
Como chegar no Vale do Pati
Confira aqui como chegar na Chapada Diamantina de carro, ônibus ou avião.
Para chegar ao Vale do Pati há vários caminhos: dependendo da sua escolha você passará por atrativos diferentes e terá níveis de dificuldades diferentes. As principais rotas saem do Vale do Capão (distrito de Palmeiras), o Beco do Guiné (distrito de Mucugê) ou a Ladeira do Império (distrito de Andaraí). Esta última mais utilizada para roteiros no Vale do Pati de 5 dias.
Nós pegamos a trilha por Guiné (Guiné e Capão são os acessos mais comuns e você chega de carro até estes dois pontos – depois segue à pé). Deixamos o carro em um sítio, andamos por uns 40 minutos e depois tivemos que enfrentar uma subida bastante íngreme.
No início, ao vermos o paredão de pedra na nossa frente, ele parecia intransponível, mas para a nossa surpresa, havia uma trilha ali! Ao final da subida, a vista que tivemos foi essa:
A trilha continua por um loooongo campo plano e, depois, uma descida extremamente íngreme para acabar com nossos joelhos =)
Qual é a melhor época para fazer o trekking do Vale do Pati
Geralmente, a estação seca é de abril a outubro, e a estação das chuvas é de novembro a março.
Cada uma tem seus pontos positivos e negativos: se por um lado o a estação das chuvas deixa as cachoeiras volumosas e bonitas, pode ser bem desagradável fazer trekking debaixo de chuva forte…
Fomos no final de Dezembro e não chovia fazia tempo, portanto o Cachoeirão não tinha nenhuma queda para contar história. Nos disseram que ele chega a ter até 22 quedas na época das chuvas! Imagina que espetáculo!!!
Como é a trilha do Vale do Pati?
Como já dissemos antes, é importante ter um bom preparo físico: o grau de dificuldade das trilhas é de moderado à difícil, tendo em vista que são muitas subidas e descidas, em terreno bem íngreme.
Pode ser feito por pessoas de qualquer idade? Sim, contanto que tenha bastante disposição e resistência, porque além das longas distâncias você vai passar por trechos bem distintos, passando por pedras (que podem ser escorregadias), leitos de rios (dependendo da época você vai pisar na água mesmo!) e alguns pontos com altura mais elevada.
O importante é sobretudo respeitar seu tempo, seus limites e ter consciência de fazer a trilha no seu ritmo.
Preciso de um guia para fazer o Vale do Pati?
Devido ao difícil acesso ao Vale do Pati, é muito importante ter um guia para acompanhá-lo no trajeto. Nem sempre as trilhas são bem sinalizadas, o vale é imenso e não há sinal de telefone. Portanto, caso você se perca, o resgate é bem difícil!
Além de conhecer muito bem o caminho, os guias dão uma mão em caso de pequenos acidentes e de perigos do caminho, como cobras por exemplo (elas são comuns por lá – ainda bem que não vimos nenhuma! =). Outra vantagem é que eles sabem os pontos certos para reabastecer as garrafas de água e dão informações super legais sobre a fauna e a flora locais.
A agência Nas Alturas é especializada em roteiros pela Chapada Diamantina e possuem não só opções de roteiros personalizados privativos, como também em grupo.
#DicadaGaia: para estes passeios é muito importante contratar uma agência de turismo que conheça tecnicamente as atividades que oferece. É por isso que recomendamos o pessoal da Nas Alturas , além de ser referência em turismo de aventuras e estar há 18 anos no mercado, os guias conhecem na prática todos os passeios que oferecem.
Onde se hospedar no Vale do Pati
Lá dentro do vale há algumas famílias que recebem turistas com uma estrutura simples, mas super aconchegante. Você encontra camas confortáveis, comidinha caseira, ducha, água fresca e até eletricidade (proveniente de captação solar).
O turismo é uma atividade relativamente nova por lá. A região já chegou a ter 2 mil habitantes, na época em que o café era um produto bastante valorizado e comercializado no país.
Contudo, ao longo dos anos, muitos foram deixando o Vale do Pati e com a criação do Parque Nacional, em 1985, restaram apenas alguns moradores, que atualmente recebem os turistas em suas casas.
Entretanto a vida não é fácil para quem mora lá… imagina ter que ir semanalmente buscar mantimentos na vila mais próxima, que fica a mais de 4h de caminhada, entre subidas e descidas. Colchões, geladeiras, tudo (!) tem que ser carregado com o auxílio de mulas, já que não há carros ou estradas.
A gente ficou na casa da Dona Raquel, que nos serviu um farto jantar, com arroz, feijão, legumes variados, carne e até uma opção de soja para os vegetarianos. Quanto ao café da manhã, a mesma coisa: tapioca, pão feito em casa, suco, bolo, etc. Tudo preparado com muito carinho pelas filhas dela, que atualmente comandam a recepção dos hóspedes.
Há também outras casas de nativos que recebem turistas, como o Seu Eduardo, a chamada Prefeitura (antiga sede da região) e a Igrejinha – foto abaixo. Os esquemas costumam ser bem parecidos em termos de preços e acomodações.
O que conhecer no Vale do Pati
Dentro do Vale do Pati são diversas rotas, cachoeiras e visuais de tirar o fôlego. As trilhas para entrar e sair de lá já são um espetáculo, passando pelos Gerais, que são os chapadões sem fim, com vegetação rasteira.
Mirante do Pati:
Quem passa pelas Gerais do Rio Preto e Gerais do Vieira tem como recompensa chegar ao Mirante do Vale do Pati, onde você consegue contemplar uma boa parte do Vale do Pati, entrecortada por seus morros e montanhas.
A vegetação é linda e o visual não poderia ser mais encantador, rendendo uma pausa merecida para muitas fotos.
Além de mirantes, o Vale do Pati possui algumas cachoeiras, sendo que existem 5 que são consideradas as melhores: Calixto, Lajes, Funis, Altina (em homenagem à uma senhora que lavava roupas no local) e Cachoeirão (a mais famosa).
Cachoeira dos Funis e Cachoeira do Calixto
Dentre as cachoeiras mais visitadas, estão a Cachoeira dos Funis (foto abaixo) que possui uma queda de água de 30 metros e a Cachoeira do Calixto (também conhecida como dos Carolino, antigo dono de terra do local).
Partindo da casa dos locais (onde você ficará hospedado), as caminhadas são leves, passando pela mata fechada e pelo leito dos rios, com várias pequenas cascatas ao longo do caminho. Um local excelente para um refrescante (e merecido!) banho, depois da caminhada.
Morro do Castelo:
O Morro do Castelo, no Vale do Pati é uma das principais trilhas e também uma das mais difíceis. A subida é bastante íngreme e bem puxada; há um trecho de escalaminhada e pode ficar bastante escorregadia em caso de chuva.
Mas chegando lá no topo, é possível entrar em uma rara caverna, construída pela natureza, a 1500m de altura! Os mirantes são incríveis, com uma vista panorâmica do vale e a varanda para a vista é o ponto alto do passeio. O Morro do Castelo é chamado assim pela sua semelhança com um castelo, mas é chamado de Morro da Lapinha pelos locais.
Cachoeirão:
Quem leva o troféu de passeio imperdível é o Cachoeirão do Vale do Pati, que na época das chuvas conta com até 22 quedas diferentes, partindo de diversos pontos, dos imensos paredões de pedra que circundam o vale. É a segunda maior da Chapada Diamantina, perdendo somente para a Cachoeira da Fumaça, que tem 360 metros.
O lugar é mágico e rende fotos espetaculares. Há alguns mirantes, sendo esse abaixo o mais famoso. Para os mais assanhados, dá pra se arriscar bem na pontinha dessa pedra, suspensa a 270m do chão. Dá um friiio na barriga!
Veja também: dicas para conhecer a Cachoeira da Fumaça, a segunda maior do Brasil
Nossa experiência no Vale do Pati
Nossa experiência? Foram dois dias muito intensos, com mais de 20km de trilha por dia. Se me perguntarem se valeu a pena todo o esforço, eu digo que faria outras mil vezes! Fiquei apaixonada pelo lugar! Na minha opinião esse é o melhor passeio da Chapada Diamantina, aquele que não pode ficar fora do seu roteiro…
Como o tempo mudou quando amanheceu no segundo dia, decidimos não estender nossa estadia. Apesar de existirem roteiros no Vale do Pati de 3 dias, existem também roteiros para até 6 ou 8 dias. Mas dois dias foram de bom tamanho; já deu para ter um gostinho desse lugar lindo e dar vontade de voltar.
Fizemos o circuito que entra por Guiné, passando pela Igrejinha (um dos locais de pernoite, ótimo local para descansar e beber uma água fresca), Cachoeira dos Funis, chegando no final do dia na Casa da Dona Raquel, onde pernoitamos.
Ficamos 100% satisfeitos com o pernoite lá: comidinha caseira deliciosa, camas confortáveis e banho! Além da simpatia, claro. O segundo dia seria para subir o Castelo, mas por causa do tempo, optamos por fazer o roteiro previsto para o terceiro dia, que era iniciar o caminho de volta, passando pela Toca do Gavião até o Cachoeirão, chegando de volta ao nosso ponto de partida, Guiné.
Durante o caminho até o Cachoeirão quase desistimos de ir: estava chovendo, frio e nem todos estavam com roupas adequadas. A caminhada estava bem desconfortável, mas resistimos e fomos até o final. Chegando lá, o tempo estava horrível, mas pelo menos dava pra ver o vale…
Sentamos para fazer um lanche e ta-daaa: o tempo abriu!!! Foi uma felicidade só! Além da paisagem ter ficado mais bonita, conseguimos aquecer o corpo. Depois de tanto tempo caminhando embaixo de chuva fina, foi maravilhoso poder lanchar contemplando os vales verdinhos!
Juro que essas fotos foram tiradas com o intervalo de 1h! Esforço recompensado heheheh
Em termos de dificuldade, boa parte da trilha é feita nos campos planos, chamados de Gerais. Apesar das longas distâncias, a trilha não é tão pesada. Porém, há alguns trechos de subidas e descidas puxados, que demandam bastante as pernas e, principalmente, o joelho. É importante estar com um bom condicionamento físico.
Ah! Um detalhe importante: como nos hospedamos na casa dos nativos, levamos só uma mochilinha de ataque, com água e alguns lanchinhos. Isso foi ótimo para aguentar todas as horas de caminhada.
Aproveitamos para fazer um lanchinho especial: sanduíche incrementado com atum, queijo, salame, pepino, beterraba, tomate e molho de mostarda, muitas frutas e uma nutella pra complementar. Imaginem esse banquete bem no meio da trilha: deliii!
Checklist com itens essenciais para a trilha do Vale do Pati
Estou planejando fazer um trekking pelo Vale do Pati, o que levar? Confira abaixo nossa lista do que consideramos importante levar, ao fazer uma trilha como a do Vale do Pati:
- Mochila de ataque de 30-40l (com capa de chuva), a Fjallraven tem ótimas opções de 30 e 40 litros;
- Tênis ou bota de caminhada confortável, a Columbia tem modelos com excelente qualidade;
- Roupas leves com proteção UV (eu não sabia o quanto era bom ter roupas com proteção até eu usar nessa viagem);
- Meias extras;
- Toalha de secagem rápida (essencial para os mergulhos nas cachoeiras);
- Roupa de banho;
- Capa de chuva (muito importante! Digo por experiência própria);
- Chapéu ou boné;
- Óculos de sol;
- Lanterna;
- Câmera (para registrar todas as paisagens lindas);
- Camel back (reservatório de água com aquela mangueirinha sabe?);
- Itens de higiene pessoal em tamanho mini (para não ter peso extra a toa);
- Sacolinha de lixo (para não deixar vestígios no caminho).
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Dúvidas frequentes de quem pesquisa pelo Vale do Pati
Quanto custa um guia no Vale do Pati? Quanto tempo ficar? Quantos km tem a trilha do Vale do Pati? Reunimos aqui algumas dúvidas frequentes de quem está se programando para fazer esta aventura:
Quanto tempo dura a trilha do Vale do Pati?
O tempo de trilha varia de acordo com a trilha escolhida e o preparo físico de cada um, mas prepare-se para caminhar em média, pelo menos entre 5 e 6 horas por dia.
Quantos km tem a trilha do Vale do Pati?
Isso pode variar bastante, de acordo com o roteiro que você escolheu, mas em média você deve caminhar entre 15 e 20 km por dia.
Em relação à altitude as alturas variam entre 1.000 e 1.500 metros. O Morro do Castelo por exemplo, fica a 1.470 metros acima do nível do mar.
Quanto custa para fazer o Vale do Pati?
A maioria das agências e guias cobra de R$200 a R$350 por dia por pessoa. Isso inclui o guia e a hospedagem com jantar e café da manhã inclusos. O transporte é negociado com as agências.
Claro que dependendo do número de dias que você for ficar e o tamanho do grupo vai influenciar no seu poder de negociação.
Para não levar muito peso nas mochilas, (pasmem!) há até mercadinhos bem simples vendendo mantimentos lá, entre macarrão, atum, arroz, leite condensado… Encontrei essas vendas na casa do filho da Dona Raquel e na Igrejinha.
Quando ir ao Vale do Pati?
Como dissemos anteriormente o Vale do Pati, na Chapada Diamantina, é marcado pelo período mais seco do inverno (de maio a setembro com temperaturas mais baixas) e pelo período quente e úmido do verão, com muitas chuvas (novembro à março).
Cada período tem suas vantagens e desvantagens: no verão apesar das temperaturas mais altas e das cachoeiras com maior volume, isso também pode ser um fator de maior risco, com trechos mais escorregadios e perigosos. Já no inverno a temperatura para fazer as trilhas é mais amena e os terrenos mais seguros, entretanto as cachoeiras estarão com volume de água bem menor e águas mais frias para mergulhar…
Quantos dias para fazer o Vale do Pati?
Geralmente os passeios variam entre 2 e 7 dias, dependendo do tempo que você tem disponível e do seu fôlego/preparo. Alguns fazem o Vale do Pati em 3 dias, porém com um ritmo mais puxado. Outros fazem o Vale do Pati em 5 dias, com um roteiro mais completo, visitando mais atrativos.
No entanto, com 7 dias por exemplo, você faz as trilhas com mais calma e tem um pouco mais de tempo para relaxar nas cachoeiras e fazer pausas maiores para descanso.
Vale do Pati roteiro de 3 dias
Num roteiro no Vale do Pati de 3 dias você poderá
Dia 1: subir pelo Morro do Beco até Gerais do Rio Preto para curtir o visual da serra do Esbarrancado + Mirante do Pati com visual para Serra da Lapinha e Morro do Pati.
Dia 2: Caminhada até o Cachoeirão
Dia 3: Morro do Castelo
Vale do Pati roteiro de 5 dias
Com um roteiro no Vale do Pati de 5 dias você poderá fazer o roteiro acima +
Dia 4: caminhada pelo Rio Funis com paradas para banho de cachoeira + subida pela Serra da Lapinha até a Gruta do Castelo + travessia da Gruta até o outro lado do vale
Dia 5: trilha ao longo do Rio Pati
Vale do Pati roteiro de 7 dias
Num roteiro pelo Vale do Pati de 7 dias você poderá fazer os passeios acima e incluir no seu roteiro:
Dias 6 e 7: trilhas mais longas para fazer a travessia de Pati a Andaraí por exemplo, passando pela Serra do Império.
Pronto para fazer o trekking no Vale do Pati?
Por fim esperamos que tenha curtido todas as nossas dicas sobre o Vale do Pati, na Chapada Diamantina e você já esteja programando sua aventura! Caso tenha alguma dúvida, comentário ou sugestão, é só deixar aqui embaixo. Vamos adorar saber como foi seu passeio!
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Boa noite! Estou planejando uma viagem próximo mês e gostaria muito de fazer esta trilha do vale do pati de 5 dias. Entrei em contato com alguma agências mas estou muito na dúvida… Vcs fecharam os passeios já qdo estavam em Lençois ou é melhor fazer antes de chegar lá?
Oi Patrícia!
Eu fechei todos os passeios lá mesmo e achei mais em conta do que os preços que encontrei na internet. Outra dica, é que os preços no Vale do Capão são mais baratos do que em Lençóis, mas não sei se ficaria fora de mão para você ir até lá estando em Lençóis ne? Talvez seja melhor resolver tudo por lá =)
Espero ter ajudado!
Beijos
Olá meu nome e Junior sou nativo da Chapada e guia no Vale do pati, moro em Guiné se precisarem de guias para o pati em Guiné mesmo se encontra, guias muito bons e baratos, carro para transportes e pousadas com preços ótimos.Meu contato e 075-983608524.
Encantada com cada detalhe. Muito obrigada!
É um lugar fantástico, Ju! Se você curte trekking, com certeza vai adorar o Vale do Pati!